segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O QUE NORMALMENTE ACONTECE


Por vezes construo um mundo fundado em base movediça, tão incerta, volúvel como o olhar que eu encontro nos sonhos. Disseram-me que o mundo gira, não o meu, este é volátil como o pássaro que ontem cantou na janela e hoje voa longe, seu canto é apenas a vaga lembrança de um momento que já não permanece mais.
Cantou, ludibriou com um som tão singular, inebriante e antes mesmo que o vento tocasse outra vez suas asas, ele partiu. Voou sem aviso, sem mesmo um término de melodia, sem que meu mundo pudesse girar uma única vez.  Novamente arrisquei, esperei para apenas vê-lo partir.
Vem de algum lugar que eu desconheço, ele canta, eu sonho, um mundo se cria e em um vento qualquer o vejo sumir diante dos meus olhos... É o que normalmente acontece, silêncio!
Um dia escuso, um belo jovem de olhos marcantes, pousou sobre meu mundo o seu, de belas frases, desejos, sonhos, anseios e partiu. Seu mundo de “faz de conta” eu tomei por meu e mais uma vez construí um mundo na inconstância dos sentimentos confusos, alheios e descartáveis, a eternidade não se submete a mundos assim, o coração arrefece... É o que normalmente acontece, esquecimento!

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