terça-feira, 25 de novembro de 2014

"Na minha memória - tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de marcas e poços - você ocupa um dos lugares mais bonitos."

sexta-feira, 14 de novembro de 2014



  

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O CAÇADOR DE PIPAS



Ontem assisti um filme que mexeu comigo, “O caçador de pipas”, uma história belíssima e dramática sobre as atitudes de uma pessoa, sobre personalidade e caráter.  O filme narra a história e relação de convivência de dois garotos quase da mesma idade, um rico e bem nascido e o outro filho de um serviçal, sobre amizade e fidelidade e as várias formas de se “construir” um caráter baseado em fidelidade e respeito por um outro ser humano, como qualquer um fundado em sentimentos.
O menino rico possuía uma personalidade desajustada de covardia e busca de aprovação paterna. Enquanto o menino serviçal nos presenteava com uma índole sincera e corajosa, personalidade incorruptível, fiel e sentimental.  Aí comecei a pensar, coisa que faço pouco...rsrsrs... O que é mais comum hoje em dia, que tipo de atitude, que tipo de personalidade? Nós vivemos em um mundo onde pessoas se escondem atrás de cargos, de status, de beleza, das facilidades de um mundo virtual mesmo. Onde não se precisa muito mais do que isso, é fácil desenvolver uma vida baseada em omissão, mentira, covardia, infidelidade de todos os tipos, falta de respeito e para encobrir tudo isso, uma dose cavalar de hipocrisia.
Mas eu sou uma pessoa otimista e acredito que nem tudo está perdido e que pessoas, assim como no filme são capazes de se redimir e melhorar em atitudes e “humanização”. A necessidade humana de demonstrar uma capacidade pessoal, de superação ilusória, é o que leva a um desvio de conduta e personalidade. Porque o menino era covarde talvez? Porque ele precisava ser bom em algo que não era? Porque ele buscava aprovação, acima de qualquer sentimento humano ou atitude como fidelidade, sinceridade e amizade.
Eu sempre tive problemas com a crença absurda e excessiva no “coração” das pessoas, sempre acreditei na recuperação e crescimento pessoal.  Muitas vezes eu persisti e me decepcionei e muitas outras eu pude ver que valia a pena acreditar na transformação. No filme o menino covarde, cresceu e teve de virar um homem, e este homem teve que provar pra ele mesmo, que merecia e que acima de tudo era capaz de honrar o respeito e fidelidade que um dia recebeu, sem precisar da aprovação de ninguém mais além da dele mesmo como ser humano.
É o tipo de lição que se deveria levar para o resto da vida e em cada momento. 

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O QUE NORMALMENTE ACONTECE


Por vezes construo um mundo fundado em base movediça, tão incerta, volúvel como o olhar que eu encontro nos sonhos. Disseram-me que o mundo gira, não o meu, este é volátil como o pássaro que ontem cantou na janela e hoje voa longe, seu canto é apenas a vaga lembrança de um momento que já não permanece mais.
Cantou, ludibriou com um som tão singular, inebriante e antes mesmo que o vento tocasse outra vez suas asas, ele partiu. Voou sem aviso, sem mesmo um término de melodia, sem que meu mundo pudesse girar uma única vez.  Novamente arrisquei, esperei para apenas vê-lo partir.
Vem de algum lugar que eu desconheço, ele canta, eu sonho, um mundo se cria e em um vento qualquer o vejo sumir diante dos meus olhos... É o que normalmente acontece, silêncio!
Um dia escuso, um belo jovem de olhos marcantes, pousou sobre meu mundo o seu, de belas frases, desejos, sonhos, anseios e partiu. Seu mundo de “faz de conta” eu tomei por meu e mais uma vez construí um mundo na inconstância dos sentimentos confusos, alheios e descartáveis, a eternidade não se submete a mundos assim, o coração arrefece... É o que normalmente acontece, esquecimento!

domingo, 27 de junho de 2010

PEDAÇOS DE TEMPO


Aprendi a deixar o tempo levar um pedaço de mim
Mas ele ainda guarda tanta coisa pra lembrar você
Cada minuto tem o espaço de um dia no relógio interior
O ponteiro não marca nunca a hora do esquecimento
E um dia de lembranças cabe em um minuto de saudade
Um dia é muito tempo para que agüente um coração
Não quero perder o que restou
Eu posso aceitar que ele cubra meus dias de saudade
Mas não posso sorrir ao te ver partir dentro de mim
Não quero perder o que restou
Nada de contar os segundos, o que virá não importa
O importante já passou e o tempo guardou
Pra que eu pudesse lembrar você
Não quero perder o que restou
Preciso da tua mão, me faz andar sobre as ondas
Voar sobre as nuvens, pairar sob as estrelas
Cada segundo de distância faz eterna a realidade
Arranca-me do peito este relógio, que só sabe acelerar
Não há como fazê-lo despertar, está quebrado e não há mais como arrumar
Há dias que ele estraga e repentinamente volta a funcionar
Aprendi a deixar o tempo levar um pedaço de mim
Mas não quero perder o que restou

quinta-feira, 13 de maio de 2010

JÁ FAZ UM TEMPO - It's Been A While


É engraçado como as coisas me surpreendem com facilidade, o desenrolar da vida e suas trajetórias turvas entre encontros e desencontros é uma interrogação que me intriga e me fascina diariamente. Há um tempo atrás conheci através de uma pessoa especial, uma música que me tocou imensamente e hoje quando escuto esta música ainda sou tomada de sentimentos novos. A letra se refere ao tempo, as lembranças, a vida, o tempo pode passar mas a idéia boa ou má, a lembrança e o sentimento são coisas que o tempo não apaga.
Bom, hoje novamente a vida me surpreendeu com seus caminhos cruzados, tortos e incrivelmente sublimes, esta mesma pessoa, parte importante de toda minha história e da minha vida, me mandou um link de site, só que por façanha do “destino” ele veio incompleto, o que me levou a um blog americano muito bom, que trazia um post muito interessante, bem escrito e bonito com o mesmo título da música que eu falava anteriormente “It’s Been A While”. No texto ele usa este título no mesmo intuito da música, no caso usando o termo “Já faz um tempo” para descrever sentimentos semelhantes de busca, de lembranças, passado, de angustia, só que de forma distinta.
Um ponto forte do texto é a inspiração, ou por algum tempo a falta dela, descrever o tempo passando e a nossa ansiedade em expressar o que se sente, se perde, se nega e se consente, como se quiséssemos impor com esta frase que mesmo que o tempo tenha passado, as coisas permaneceram de alguma forma, iguais ou modificadas, mas estão lá para serem lembradas ou ressurgidas no caso da “inspiração”, das memórias. Como se dissesse “já faz um tempo”... mas , “eu ainda lembro”,  “eu ainda consigo”, “eu ainda quero”, “eu ainda sinto”, uma frase de ânsia por renovação.
Isto que aconteceu hoje é o tipo de acontecimento infame que passa desapercebido pela grande maioria, mas nunca por pessoas que buscam e encontram inspiração em cada detalhe da vida, e imensos são estes detalhes condensados aos sentimentos de um coração eternamente nostálgico.

domingo, 9 de maio de 2010

RAZÃO DO MEU AFETO


As vezes passamos muito tempo da nossa vida dando valor às coisas erradas, coisas pequenas e banais, quando há tanto lá fora que merece nossa atenção, nosso respeito e nosso carinho. Há algum tempo tenho provado de alguns novos sentimentos na minha vida, minha nova vida. Pude provar da dor mais aguda, aquela que nunca se cura, mas junto aprendi a ser forte, recebi algo maior que me confortou o coração, conheci a coragem para viver uma nova vida, aprendi a dizer não, aprendi a machucar mesmo querendo curar, descobri como o coração pode bater forte por alguém, e como isso se mantém mesmo após decepções, mas descobri também como é vazio o silêncio e a indiferença, como é vil um falso afeto, como é puro um amor que deseja o bem, mesmo que seja na solidão.

Nunca me apeguei a coisas materiais, embora tenha tentado muito, pois este é o tipo de apego que dói menos. Pessoas passaram na minha vida, algumas tenho desde que nasci, outras surgiram no decorrer, umas estão até hoje e outras se perderam no caminho, mas o fato é que todas marcaram, umas mais e outras menos. Nunca separei os fatos de mim, isso me torna de carne e osso, puramente mortal. Coisas pendentes me consomem, feliz daquele que consegue viver com o inacabado, o incerto, o silêncio.

Ultimamente isso se tornou latente, talvez o coração esteja fraco e vulnerável, talvez a vida esteja rápida demais ou talvez curta demais. Hoje eu revi alguém muito especial, com quem de certa forma eu tinha ficado em pendência, por covardia abandonei coisas em que eu acreditava, pessoas que me queriam bem, e hoje quando olhei nos olhos desta pessoa eu vi que após tanto tempo eu ainda permanecia viva, e ao redor outras pessoas que buscavam à tempos pela minha presença, simplesmente pelo prazer e carinho de me ter por perto. Meu coração se encheu de paz, benção e críticas, pois por indiferença e covardia eu não dei valor á pessoas que me queriam por perto, enquanto outras as quais insistentemente procuro para demonstrar meu afeto, me querem longe. É irônico como nós agimos as avessas, eu precisei perceber o quanto pessoas fazem falta pra mim, para ver o quanto eu faço falta pra outras, e o quanto involuntária ou voluntariamente negligenciamos a nós mesmos o afeto dado e recebido. Hoje, eu fui e precisei ser tocada para entender o significado da frase “razão do meu afeto”, e entendi da forma mais pura e grandiosa a abrir minha guarda e meu coração para quem realmente deseja entrar.